Andámos por aqui, um bocado decepcionados com a vida. Num ápice se passaram 4 anos sem emprego, sem perspectivas, sem grande rumo, com duas filhas pequenas, a quem queremos dar e proporcionar o melhor, sempre. Se a nossa ginástica financeira fosse uma modalidade acreditada pelo comité olimpico, teríamos certamente um lugar bem próximo do pódio. Não nos falta vontade e garra, mas nem sempre conseguimos estar com fé de que tudo vai melhorar, um dia. Por isso e por outros motivos temos considerado a hipótese de ir com as miudas para outro país. Apercebi-me com alguma tristeza, que tenho um número considerável de amigos, que já não moram em Portugal, e questiono-me se essa realidade não será a mais certa para escolhermos também. Hoje a chuva não caiu no Porto, e fomos apanhar ar a dois, para descomprimir e tentar ver as coisas sem um "filtro nuvem". Dei por mim estávamos na loja A Vida Portuguesa, onde viajei no tempo, com uma grande nostalgia, e onde fiquei com algum alento vendo coisas tão boas que se fazem por cá. Desde as faianças de Bordallo Pinheiro (amo as andorinhas) , passando pelos lápis Viarco, as bolachas Paupério, as meias Poveiras, a saboaria Confiança e tantas, mas tantas mais coisas, que deveriam ser um motivo de orgulho porque há tanto tempo (e tão bem) estão entre nós.
A minha vida portuguesa não está lá grande coisa, mas hoje fomos ver as andorinhas (pronúncio de Primavera) e tudo pareceu um bocadinho melhor.
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