terça-feira, 11 de junho de 2013

Quando os filhos são MESMO só nossos

Quando nasce um bebé nasce uma nova familia, nascem novos conceitos de uma vida que seria de outrora a dois, ou a três no caso de já existir outra criança. 
Com a chegada da Maria João, e quem nos acompanha há algum tempo sabe, essa adaptabilidade foi extremamente dificil. A MJ desde que nasceu que sempre foi um bebé diferente, chorava imenso. E quando digo imenso, digo imensoooo, mesmo. Perdi a conta aos dias de esgotamento total, em que refeições, banhos e vida em sociedade foram simplesmente inexistentes. Arreliava-me ouvir o típico "são fases, isso passa", quando naquele preciso momento nada passa! Nada nos prepara para uma criança que chora tanto! Nada nos faz acreditar que vai passar! Felizmente a Maria João sempre foi uma criança saudável. Foi sempre vigiada por um pediatra, onde por diversas vezes foi exposta esta questão do choro. Só que na realidade, eu acho que fui desvalorizada, e que o sufoco de mãe VS bebé-passa-todo-o-tempo-a-chorar foi desvalorizado também. O que nos fez, por altura do nascimento da Constança, mudar de pediatra, para aquele que foi outrora meu pediatra também. E adoro-o. O Dr. Bianchi tem um cantinho no meu coração. Mesmo quando nos diz que se não a torcemos até aos 18 meses agora torcemos nós...a orelha! Mas confesso que tem sido dificil. Dia, após dia, após dia, francamente pior. Choro eminente, no fio da navalha. E cada vez com mais desafios. Cores de chupetas, cores de laços, bordados nas fraldas, meias até ao joelho, refeições, banho, tudo, mas tudo tem que ser negociado ao estilo marroquino. De manhã, ao deitar. E talvez por isto, talvez por tanto mais, me sinta a embrulhar da minha filha mais velha. Em quase 3 anos de vida, eu não sei o que significa a MJ ir passar o fim de semana a casa dos avós, ou melhor, sei, foi quando estive internada no hospital (conta na mesma?) . Eu lembro-me de ficar imensas vezes em casa dos meus avós. E as amigas que tenho, já mamãs, têm esse apoio também. Confesso que em parte as invejo. De terem esse ar para elas. E de conseguirem um tempo brando com os namorados/maridos. De serem mulheres e não só mães. As filhas são minhas. Fui eu que as quis. Eu é que tenho que ficar com elas. Tenho consciência disso tudo. No entanto, acredito que este novelo explosivo acumulado que se forma e cresce, cresce, cresce, vai dar cabo de mim, do nosso casamento, e custa. Custa ver que talvez o temperamento da MJ afaste uma ajuda mais voluntariosa e que em todos os aspectos seja só minha. Mamãs nesta situação acusem-se! Abrir o coração só faz bem!



8 comentários:

  1. Olá. Já sigo o seu blog há uns tempos, mas nunca comentei... Tenho um D. com 24 meses. Desde que nasceu tem sido dificil, não no sentido de chorar, mas outras coisas... Por exemplo, o refluxo desde as 24 horas de vida. O pediatra a dizer que até aos 6 meses passava. A médica de família a concordar. As manhãs em que, sózinha em casa com ele, ele bolsava de jacto e eu chorava porque não achava normal. O marido (e toda a família) a achar que eram nervos e que o pediatra tinha razão. A mãe era um pouco paranóica e o refluxo iria passar aos 6 meses. Mas não passou. Piorou. E o pediatra a dizer, com o maior descaramento que passava aos 9 meses... What???????? Mudei de pediatra e o D. teve de tomar o xarope Cinet duas vezes ao dia até aos 12 meses. Aí retirou-se lentamente e o estômago portou-se bem. Aos 6 meses começaram as bronquiolites. Aos 15 meses análises para despiste de eventuais alergias. E a descoberta de uma leucocitose que fez tremer a técnica do laboratório, e a nós, por acréscimo. E a repetição das análises uma semana mais tarde. E repetição aos 18 meses. E afinal, o D. tem é asma. E amanhã vai repetir as análises, desta vez num hospital. E raio-X. E bombas e e e e e... Chorão nunca foi. Até aos 15 meses dormia razoavelmente, aí começaram os terrores nocturnos ( e a mãe voltou a deixar de dormir, como quando ele tinha refluxo - o bebé a dormir serenamente e a mãe acordada, com medo que ele bolsasse e sufoca-se.) É a vida das mães, uns porque choram, outros porque estão sempre doentes... Todos os bebés têm sempre alguma coisa. O nosso coração está fora do corpo! Sandra

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    1. Querida Sandra, obrigada pelo teu comentário! Continua a visitar o Nós! Coração de mãe sofre! Beijinho

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  2. E uma amiga que ficasse com ela? Qualquer coisa nem que fosse por um dia para poderes respirar! A constança não é nada assim pois não?

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    1. Filipa! Tenho amigas, claro. Tb elas com crianças e bebés nos braços. Nãoiria ficar tranquila se ela asneirasse... A cContança é super tranquila, é raro chorar. Beijo enorme

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  3. Olá, é a primeira vez que comento no seu blog, mas não pude deixar de o fazer porque revi-me imenso nas palavras que escreveu. Eu sou mãe de uma menina que também foi muito chorona desde que nasceu, praticamente chorava de noite e de dia e quando dormia era um sono tão rápido que não me dava para descansar nada. Queixei-me tantas vezes à médica e às pessoas amigas e familia e toda a gente me dizia que nos primeiros meses era normal e que era uma fase. Sempre que alguém me dizia que era uma fase e que isso passava só me apetecia bater-lhe. Esta "fase" durou praticamente até á volta dos 12 meses.
    Não tinha e continuo a não ter familia por perto para me ajudar e posso dizer que fui muitas vezes trabalhar com uma direta em cima por ter passado a noite acordada a tentar que ela adormecesse. Nem o pai a conseguia acalmar era só comigo que ela queria estar e foi muito esgotante para mim, porque não conseguia descansar, andava tipo zombie, o casamento ressentiu-se porque eu não tinha vontade para nada nem paciência, a casa andava de pantanas. Foi muito dificil, porque queremos um tempinho para nós e não conseguimos, é muito stressante. Felizmente as coisas já melhoraram bastante nesse aspecto, mas depois começam outras também de nos pôr os cabelos brancos, e eu que não tinha cabelos brancos nenhuns hoje tenho-os às paletes. Agora anda na fase de querer ser ela a escolher tudo, a roupa, a comida , etc. enfim as mães aguentam tudo!
    Muita força para si e coragem que não está sozinha!

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  4. Eu compreendo-te. A chegada do Simão foi um "peso" muito grande para o nosso casamento. Por causa do feitio dele, por causa do choro constante dele. Foi um desgaste enorme e o Luís culpava-me a mim por ele ser assim, por o mimar quando chorava (tinha um mês de vida porra, era lógico eu deixá-lo a chorar?) Desgastou-nos muito e não tem sido fácil resolver as nossas questões. Foram muitos ressentimentos. Não sei que te posso dizer. Há crianças assim que são um desafio constantes. Não sei como se ultrapassa isso. Muita força querida

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  5. Martinha,
    Foi triste para mim ler este teu desabafo, saber que ficavas muitas vezes com os teus avós e agora não teres quem te faça o mesmo!
    Imagino que a ajuda não seja muita e que levas muitas vezes com o teres "que lidar com as tuas responsabilidades"... Não me admira nada!
    Mas querida, os pais dele não ajudam? Não podes deixar as meninas com os avós paternos?
    Realmente, quando um casal é pai deve preservar algum tempo só para eles.
    E as mulheres, nunca devem ser só mães, mas mães e mulheres. Não é obrigatório ter que abdicar de ser mulher e esposa para ter filhos.
    Ou pelo menos não deveria ser!
    Se precisares de alguma coisa já sabes...
    Beijinho
    Lux

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