domingo, 12 de setembro de 2010

E como tudo aconteceu...


A minha grande grande ausência deve-se ao meu novo cargo: mummy. Tudo começou num Domingo, partilhado em familia, saboreando umas ameijoas à Bolhão Pato, queimando os últimos cartuchos de quem sabia que seria o último Domingo sem a João na minha barriga. Com um cansaço tipico de grávida já em fim de tempo, dormi depois do almoço, pela tarde fora, até à hora do jantar...bem à noitinha decidimos ver um filme na cama, ligamos o PC e o eleito foi o Insomnia. Já o filme ia a meio, quando me rebentam as águas!!Não quis acreditar! Era uma da manhã! Toca a tomar um duche, e rumo ao hospital. Fui logo atendida, vista por duas médicas que confirmaram o óbvio, ruptura de membranas, dilatação quase nenhuma. Fui logo para um apartheid, chamado de "expectantes", onde em estilo resumé, estamos lá basicamente à espera da horinha. Como não tinha dilatação nenhuma toca a meter para a veia uma preciosidade chamada ocitocina. E estive a noite toda naquilo. Soro, ocitocina, e muitas ,mãos cheias de dedos a constatarem o mesmo: esta menina não tem dilatação. BOF! HUMPF! Toca a aumentar a dose. Finalmente, a meio da manhã, já trepava paredes com dores. Foi chamar pela anestesista como se não houvesse amanhã, e ai Jesus que teve de me picar duas vezes na coluna para administrar a epidural. Foi terrivel. Mais terrivel foi sentir dores na mesma. E estive assim pela tarde fora, parte com dores, parte a expulsar o Ricardo do pé de mim, parte com toda a gente a meter a mão. Até que finalmente me recambiaram para o bloco de partos. Uma sala very cute, em tons de rosa choque, com a Rádio Nova no ar. Uma enfermeira adorável ficou comigo até virem as médicas, e explicou-me como respirar, "é como fazer um mergulho", ainda me ri. Quando dei por mim estavamos dez pessoas no meu parto. Entre o Ricardo, eu, médicas, enfermeiras e umas médicas estagiárias que pediram para assistir. Já a ficar descontrolada de tanto puxar, de tanta força e da bebé não sair, finalmente nasce a Maria João, com uma ajudinha da ventosa. Apartir desse minuto a minha vida mudou, para sempre.

Os primeiros dias foram um descontrole total. A privação do sono, a minha fraqueza geral, as minhas dores, a novidade, o frete das visitas, o telefone sempre a tocar, nós os dois numa pilha de nervos... Se senti depressão pós parto? Senti. Ainda no hospital. Quando uma enfermeira me tratou abaixo de cão pelo simples facto de eu não conseguir amamentar. Dei por mim a chorar copiosamente em cima da minha filha, até que cheguei à conclusão que estava a ser ridicula, e parei. Em casa senti de novo o "baby blues", quando comecei a sentir o Ricardo cada vez mais longe de mim. Hoje compreendo que nenhum de nós teve uma adaptação imediata, é muito dificil. Tivemos o facilitismo de nos primeiros dias termos ficado em casa dos meus pais. Mas a facilidade de viver num casulo nem sempre foi benéfica, porque tinhamos sempre mais uma mão para nos ajudar, enquanto que as nossas mãos ganhavam a sua própria confiança. Finalmente viemos para casa, e a rotina do dia a dia, de nós os três e o cão foi fluindo. Uns dias melhores outros nem tanto.
É assim que nós e o cão temos passado. Mas nada me convence do contrário, a Maria João é única. E a melhor do mundo!


5 comentários:

  1. Parabéns Martinha :)
    Muitas felicidades.
    Beijinho

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  2. E é assim a vida, com altos e baixos, Tens agora a João que te fará sempre lembrar os bons e esquecer muito rapidamente os maus. Disfruta... são momentos únicos, os que está a viver.Beijinhnos, Sónia

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  3. Bem... o que me espera a menos de dois meses :)

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