domingo, 10 de julho de 2011

Ansiedade numa tarde de Domingo

Hoje, mais uma vez repetiu-se a história. Já há cerca de 2 meses me tinha sentido mal aqui em casa. Acordei a meio da noite com a sensação que me tinha parado a digestão. Fiquei super descontrolada, com a sensação que a qualquer momento ia desmaiar, que o meu coração me ia sair pela boca, a sentir as pernas, mãos e braços moles, com muito formigueiro, a sentir que literalmente não estava em mim enfim, pensei que ia morrer. A resolução do momento foi chamar o INEM e ir até ao hospital. Onde me disseram que terei tido uma indigestão e um ataque de pânico. Pensei que fosse um episódio isolado. Passadas umas semanas aconteceu o mesmo, não tão forte. Consegui não acordar o Ricardo, consegui ligar para a linha de Saúde24, e vagueando pela casa até ao sol nascer consegui-me controlar. Hoje, depois de ter tido ontem uma tarde super agradável e hoje ter estado com a minha familia, fomos, depois do almoço, tomar um café a Vila do Conde. E não é que, no carro, começo a sentir o mesmo? Meu Deus vai-me acontecer aqui!! Suores, coração a bater feito tolo, sensação de desmaio aqui e agora, pernas bambas,o sentir-me distante das pessoas e não as querer preocupar com o que estava a sentir. Chegamos ao dito café, ainda consegui dar um iogurte à MJ e em seguida corri para a casa de banho, tentar que aquela indisposição acabasse. Não acabou. Tive de dizer que não me estava a sentir bem e viemos de novo para o Porto. Pareceu-me uma viagem sem fim, e eu que adoro andar de carro aqueles 20 min. pareceram-me horas. Cheguei a casa da minha mãe tomei meio Lexotan e pedi ao Ricardo para irmos a um serviço de urgencia. Mal vista pela médica pedi-lhe para que me auscultasse e visse a tensão. Estava tudo bem. Diagnóstico : ataque de pânico. Falei entretanto com um amigo que é médico e que estava de serviço no INEM, depois de muita conversa deu-me o mesmo diagnóstico não descurando a hipótese de um problema de Diabetes ou tiróide, vou fazer análises. Sugeriu-me tomar Prozac e Victan em SOS. Primeiro vou fazer as análises para despistar as duas outras hipóteses e depois sim pondero o Prozac. Até lá anda sempre comigo o Victan, receitado também pela médica que hoje me atendeu. Nunca na minha vida me tinha acontecido isto. Não sei o que puxa o gatilho uma vez que até estava francamente bem. Segundo os médicos não há razão aparente, aconteceu e pode/vai acontecer novamente em casa ou fora. Pelas leituras que fiz aqui na nat, há muita gente que padece deste mal. E saber que não sou a única de certa forma ajuda-me, antes do rótulo de "maluquinha". Como sei que tenho leitoras maravilhosas, acredito que algures por ai alguém sinta o mesmo. Eu pus a minha vergonha de lado com esta confissão. Será que há alguma menina ou menino que sinta o mesmo? Nunca vos aconteceu? Que fizeram? Que truques vos ajudam?

5 comentários:

  1. Filipa Serrão Oliveira10 de julho de 2011 às 23:10

    Martinha tinha uma amiga com o mesmo problema e tinha uma depressão grave e foi daí que resultavam os ataques de pânico. Também tomou Victan dois anos e tal e a coisa melhorou, mas acho que ela nunca ficou completamente bem. A solidão, os problemas, etcs... Há aí qualquer coisa que puxa o gatilho, que pode não ter nada a ver com aquele momento específico em que o ataque acontece. Ela andou depois na psiquiatria muito tempo e ajudou bastante. Eu no teu lugar procurava ajuda, porque esses ataques fazem-nos sentir terríveis, como se fossemos morrer a qualquer instante. Pelo menos era o que ela me dizia. Procura ajuda profissional e continuada a ver se tens alguma ajuda a sério. Beijo grande

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  2. Olá Marta, eu penso que isso seja somente crises de ansiedade com ataques de pânico, contudo é bom que faças alguns exames para pores de lado todas as outras hipóteses clínicas. As crises de ansiedade/ataques de pânico têm sempre inerentes a si, um medo latente, que despoleta esse conjunto de sintomas que tu tão bem descreves. É alguma coisa que tu sentes, pensas, sonhas que activa o gatilho medo. Eu sei bem o que isso é, depois de ter sido mãe comecei a ter ataques de ansiedade/pânico, contudo estes agravaram-se posteriormente. O aperto no peito, a dificuldade em respirar, a cabeça vazia, a sensação de desmaio... tudo isso que descreves eu também sentia. Uma vez aquando um internamento no hospital (parti a perna) os meus batimentos cardíacos chegaram ao 150... As enfermeiras não queriam acreditar... e eu também não! Nessa altura foi a primeira que pedi uns calmantes.. mas também eram tão fracos que não fizeram nada. Entretanto fui à procura do tal gatilho...qual era o medo que despoletava tal ansiedade e que me conduzia ao ataque de pânico. Hoje já sei e para ser sincera sempre soube... E partir daí comecei a tentar controlar, os pensamentos, as situações, que eu sei que me podem conduzir aos ataques de ansiedade/pânico. No meu caso, só tomei medicação no hospital, quando regressei pus de lado. Actualmente, quando começo a sentir alguns sintomas, controlo primeiramente a respiração (inspiro e expiro lentamente), ao mesmo tempo que modifico os meus pensamentos para coisas agradáveis e que me transmitem sentimentos de bem-estar e de felicidade. Reduzi os cafés e bebidas com gás. E tomo sempre uma caneca de chá de cidreira antes de me deitar. Aconselho-te a aprenderes algumas técnicas de relaxamento. Se preferires procura um bom psicólogo e afasta-te de psiquiatras, porque é bom manteres-te afastada de certos ansiolíticos. Não tomes nada de forte! Não há necessidade de ter vergonha, porque com o stress que actualmente vivemos é tão normal termos um ataque de pânico como de nos constiparmos-nos! Se quiseres falar sobre assunto manda-me um e-mail. Beijinhos

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  3. Martinha, a Alminhas tem razão. Deve haver algo que te acciona o botão. Falo por experiência própria e apesar de já te acompanhar há bastante tempo, nunca tinha comentado mas com um assunto destes não podia deixar de dar o meu testemunho. Sei que ajuda sabermos que não somos os únicos. E não, não estamos maluquinhos.
    Sei que os meus ataques de ansiedade / pânico, estavam relacionados com uma depressão.
    Comecei por não suportar ouvir barulho, na minha casa é tudo muito falador e eu dava por mim a sentir-me tonta, indisposta e irritadissima! Nada de televisão e música alta!
    Passados uns tempos, associou-se a isto um desacelarar do coração, parecia que o desgraçado queria parar! Dava para o ouvir e sentir bater! Um horror! Foi a minha primeira visita às urgências. Electrocardiograma, tensão arterial, tudo normal. Saí de lá directa para um cardiologista no particular que a médica da urgência não me deu muito crédito (mas olha que ela tinha razão, o meu problema estava na cabeça!). Fiz n exames e análises. Tiróide incluida. Tudo normal.
    A minha irmã que é psicóloga dizia que eu tinha todos os sinais de uma depressão. Recusei-me a aceitar esse diagnóstico. Os sintomas intensificavam-se e eu já a pensar fazer um testamento! Imagina tu a violência do que sentia. Chegou a um ponto que até os maxilares e a cana do nariz me doíam! Percebi que a minha irmã poderia estar certa quando um dia dei por mim a querer chorar e não conseguir! Um dos médicos receitou-me Unilan, uma dosagem fraquinha, para usar em SOS. Foi bom, só usava em último caso porque não queria habituar-me e procurei outras saídas. O que me ajudou mais, foi um CD de relaxamento que a mana arranjou (para ser sincera o que me ajudava mesmo era a voz do terapeuta, deixava-me dormir com os phones nos ouvidos!) associado a longas caminhadas. Comecei também a tomar um cocktail de vitaminas B, se fizeres exames e estiver tudo bem, fala nisto ao teu médico, ajuda imenso. Garanto-te que dei conta conta do assunto. Não foi de um dia para o outro. Levou uns seis meses. Passei por um processo de me conhecer melhor para tentar perceber o que despoletava tudo aquilo. A perda de um familiar, uma vida muito stressante, o deitar tardíssimo e dormir mal, tudo contribuiu para o que me aconteceu.
    Mais uma vez a Alminhas tem razão. Procura um bom psicólogo ou alguém em quem confies e que tenha a capacidade de te ver de fora. Começa a fazer exercício físico. Sempre que te apeteça "bota" para fora! Provavelmente, não deve ser só uma coisa a causa desses ataques. Pode ser o cansaço misturado com inúmeras preocupações... Garanto-te, vais conseguir dar a volta mas não fiques parada à espera que desapareça sozinho. Beijinho.

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  4. entrei aqui por um acaso e deixe-me dizer-lhe que também sofro desse problema há cerca de dois anos. sinto exactamento o mesmo que descreve. quando me aconteceu a primeira vez julguei que ía ter um ataque cardíaco e tive de ir de urgência para o hospital. estava com os batimentos cardíacos acelaradíssimos e a pressão arterial 15,5/9, quando normalmente tenho-a a 10/6. com o electrocardiograma estava tudo bem. segundo os médicos eu estava com um ataque de pânico. deram-me o alprazolan 0,5. tomei-o durante alguns dias, depois reduzi a dose e agora só o tomo em SOS, mas uma dosagem mais baixa, 0,25. aprendi a lidar melhor com este problema e faço um esforço para não tomar absolutamente nada. respiro fundo, tento auto-controlar-me, bebo chá de cidreira, faço caminhadas e retirei o café da minha vida, embora de vez em quando beba um, mas tem de ser muito fraquinho. sinto que se não beber café consigo controlar-me melhor e sem medicação. se beber café fico mais facilmente acelarada.

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  5. Martinha, eu só tenho receio que te habitues a Prozacs e afins... Quero sempre acreditar que sem medicamentos fortes tudo é possivel. Tenta relaxamento, yoga... qualque coisa não quimica.
    E não te sintas mal por estares a sentir-te assim! Ainda há um ano atras as preocupações da tua vida, eram bem menores, certo?

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